JORNAL – HOMEOPATIA E VIDA

Alergias e Acupuntura

 

Com a crescente poluição ambiental, agrotóxicos e conservantes nos alimentos, água potável com PH ácido e rico em alumínio, cloro, flúor e chumbo, oceanos e rios contaminados por mercúrio, e nosso solo pobre em magnésio e selênio, estamos cada vez mais expostos a diversas doenças oriundas dessa intoxicação ambiental e orgânica.

O nosso sistema de defesa orgânica – o sistema imunológico – é o primeiro a sofrer as consequências dessas agressões ecológicas, e reage muitas vezes exacerbadamente a essas agressões, como um sinal de protesto do corpo frente às intoxicações que lhe cercam. A essas reações exageradas dá-se o nome de alergias.

Na França foi realizada uma pesquisa com a população, e descobriu-se que um em cada cinco franceses tinham algum tipo de alergia. No Brasil ainda não se tem um estatística como essa, mas podemos arriscar, dizendo que nossa taxa deve ser, no mínimo, duas vezes pior que na França, haja visto que aqui não há nenhum controle ambiental ou toxicológico. Isto sem falar na impunidade brasileira, que garante liberdade a todo agressor do ambiente e da ecologia que tenha dinheiro suficiente para corromper as autoridades e os órgãos competentes.

Podemos dizer que tudo pode provocar alergia, porque a reação alérgica é individual e portanto, podemos ter reações individuais comuns e outras menos comuns.

Nesse artigo, quero citar uma tipo de alergia ainda pouco conhecida da população, é até mesmo polêmica dentro do meio científico. Porém, aqueles que são mas observadores sabem que ela é muito mais comum do que alguns especialistas pensam. É a alergia alimentar. Isso mesmo, quem diria que, além de tudo que já nos faz mal, o nosso “pão de cada dia”, o nosso alimento, pudesse também nos causar alergia. E geralmente, é com os alimentos que mais gostamos e que mais comemos que somos atingidos por essa alergia diferente.

Outra pesquisa feita na França, no Centro Hospitalar Lyon-Sud pelo laboratório de imunopatologia digestiva, chegou a algumas conclusões sobre alergias alimentares: em 200 pessoas alérgicas a alimentos pesquisados, 86 pessoas tinham alergia ao aipo; 79 ao amendoim; 78 ao caranguejo: 59 ao leite e 58 ao camarão. Esses dados não são encontrados só na França, mas na realidade em todos os países, inclusive o Brasil.

As diferenças são pequenas e variam apenas o número de pessoas alérgicas a cada alimento específico, e isso acontece devido a vários fatores, inclusive por questões de hábitos alimentares. Não devemos confundir alergia alimentar com intolerância alimentar ou digestiva. Na alergia, temos reações de hipersensibilidade mediadas pela imunoglobulina “E” (Ig “E) e na intolerância, nós temos um mesma hipersensibilidade que parece ser também imunológica, mas na realidade é causada por deficiências enzimáticas, alterações psicológicas e emocionais, infecções bacterianas no intestino delgado ou por alguns alimentos que contém substâncias farmacologicamente ativas como a histamina e a tyramina.

Na prática, muitas vezes os sintomas e os sinais são muito semelhantes, tanto das alergias quanto das intolerâncias alimentares.

Os sintomas e os sinais mais comuns das alergias alimentares são: – dermatite sem causa aparente (irritação na pele), urticária crônica, asma, rinite, edema de Quincke (inchação de todo o rosto), diarreia, dor abdominal, choque anafilático, enxaqueca e aftas bucais.

A Medicina Chinesa e a Acupuntura, por terem sido as primeiras formas de terapia verdadeiramente ecológicas que se tem notícia, nos prestam uma grande ajuda no tratamento das alergias em geral, e aqui mais especificamente contra as alergias alimentares.

O princípio terapêutico usado em Acupuntura será o de primeiro identificar o agente causador da alergia e retirá-lo da dieta do alérgico, mas se isso for inicialmente difícil, o especialista em Acupuntura procurará estimular o funcionamento das glândulas supra-renais, que são glândulas que secretam hormônios anti-alérgicos, os córtico-esteroides; estimular também o fígado que é o laboratório químico do nosso corpo, juntamente com o pâncreas que produz enzimas anti-inflamatórias. Os intestinos deverão sempre ser convenientemente equilibrados e cuidados pela Acupuntura, nos casos de alergias alimentares.

Paralelamente à Acupuntura podemos usar as seguintes plantas medicinais: carqueja, pedra-hume, caó, jambolão, pata de vaca e outras.

Para dessensibilizar o alérgico e também equilibrar o sistema imunológico e estimular os órgãos atingidos pela alergia alimentar, devemos usar os sais minerais ortomoleculares, que são o cromo e o magnésio, que estimulam a produção de hormônios anti-alérgicos pela glândula supra-renal.

As vitaminas ortomoleculares indicadas nas alergias alimentares são a Vitamina C e a Riboflavina (B2), que atuam da mesma forma que os sais minerais acima descritos.

Não devemos esquecer que, uma vez identificado o alimento ou os alimentos alergênicos, devemos retirá-los definitivamente de nossa dieta por mais queridos que eles sejam para nós. Porque nem tudo que satisfaz o paladar faz bem para o nosso corpo. Portanto, só devemos experimentar comê-los de novo depois de 12 meses.

Extraída do Jornal Homeopatia e Vida, página 04, Ano II, Número 21 , Setembro de 1993.